Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.Sê plural como o universo! Fernando Pessoa.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Nao chore.. haverao tantas outras luas cheias daqui em diante, com estrelas ou nao. Serao, prometo, tao belas como esta. Estaremos lá, olhando pela janela, ou na grama  levemente umida do  jardim. Mas o caso é que não sei quantas luas passarão diante dos teus olhos até que a nossa lua chegue, para juntar-nos com todas as outras que virão.
 Até lá, prometa-me não fechar as cortinas nem os olhos diante do luar.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

 O contentar-se com o aconchego do lar, a cama macia e a boa comida.  Como se fosse ruim.
 Porque não consegue ser bom?
Querer o distante, o vazio, o só. A fuga lhe parece melhor. A beleza do distante sempre lhe encantou, tal como uma montanha que olha pela janela. Beleza, perfeição e grandeza.
  Quantas vezes haverá de suspirar pelo que não tem? Apequenar o lar, os amigos próximos, os recursos locais. Quantas vezes desejará a montanha?
 Quando haverá coragem de encara-la, se houver.
 Aconchego do lar,grades da sua prisão estranhamente macia.
 Porque machucar-se na montanha, porque querer tanto subi-la. Feche as cortinas!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fragmentos do coração dissipados pela tempestade da alma, agonia invade, tendo-o de todas as maneiras.  Fez-se nó imobilizando a alma e o resto do ser.
Pare de chover, que alma suporta tanto frio e tanta escuridão?
 Tantas gotas passaram por aqui, a alma foi lavada tantas vezes que já quase perde  o brilho.
 Coração e alma já enrugados oram pelo fim da tempestade.
Quanto se deve querer o sol para que ele venha?

sábado, 17 de dezembro de 2011

 Queria ser tempo. ´Para ser tudo começo e fim ao mesmo tempo.
Se não sê-lo, tê-lo ao menos , para que me obedecesse ou me escutasse e não ir tão rápido e devagar.
E se por fim nem tê-lo pudesse, que eu fosse dele então, para que me amasse e me cuidasse com carinho, para que me ensinasse o ritmo de sua musica cujo os passos nunca sei dançar.
 Já não sei dizer se é de fato amor ou uma mero vulto do que desejo que seja um dia.
 Se amo o real ou algo inventado na minha mente pelo pulsar de sentimentos que moldaram um ser perfeito.
 Se o amor foi composto pelo sonho de momentos futuros juntos baseados em pequenos dialogos esporadicos, beijos contados e alguns abraços.
Se amo... ou se talvez. Quem sabe o amor não passe de imaginação, onde o ser amado não é o que é e sim o que
 projetamos nele, o que desejamos que ele seja.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O que me domina é o temor do reencontro.
 A angustia de não saber o  que cabe a nós, se houver tal pluralidade ainda, ou se houve.
 Temo o desconhecimento dos teus atos e dos meus, a diversidade de sentimentos que andarão de  mãos dadas em minha alma  para reagir  a cada ato.
 Temo amar demais bem como o avesso disso, por mim e por ti.

 Tanto tempo.. pode ser que o encaixe dos braços já não sejam os mesmos, que a sincronia dos lábios percam o compasso na dança da vida onde caminhamos até agora em estradas diferentes e casualmente nos cruzamos em esquinas. Desassossego e insonia prevêem  o encontro, que caminho em direção com escudos  dando um passo a frente e dois para trás.
 O tempo foge, flui, mesmo com a minha tentativa de girar ao contrario os ponteiros do relógio se não para parar o tempo mas para voltar a suavidade dos abraços compartidos de outrora.
 Não terei tempo para o presente se adiar tudo para o futuro. Não sei se terei futuro. Queria
 que compreendesse a minha urgência que quase se assemelha com aqueles que sabem  quantos dias lhe faltam para o fim... Preciso resolver tudo, rápido. Preciso sentir o instante agora, nada se compara a isso. Qualquer desejo de futuro não se assemelha ao presente e as sensações que ele trás.. e leva se não o desfrutarmos. É como desperdiçar o esforço do destino que me "presenteia"com oportunidades cruzando estradas diferentes .  Enquanto isso eu ali distraida com meus binóculos, procurando o caminho mais curto para chegar ao futuro.

Só não quero adiar nada. Perdoe o imediatismo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Flagrei-me nesse sentimento depois de um abraço, um abraço que não queria desfazer-se.
Ignorei, não o batizei com nome algum, pois dizem que sentimentos sem nome são menos sentidos. E veio você num dia desses e chamou-o amor. E ele sentiu-se amor e me fez sentir também.
 Roubaram os olhos do amor enquanto você dormia,
pois se você não é mais do amor
os olhos dele não são mais seus....

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Quanto tempo é muito
 quando o tempo é pouco
Quanto o pouco é muito
 Quando se tem pouco tempo
Quanto é pouco
 Quando é muito
Quanto tempo é pouco
Não hesite amor...
Existe amor..
Não existe amor...
Exite amor...
Coração na mão... não na minha...
 e não mais  meu ...