Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.Sê plural como o universo! Fernando Pessoa.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Haverá tempo para vagar pelo mundo  e se estabelecer em um lugar.
Para ser andarilha e grande profissional.
Para amar e permitir-se ao amor.
Haverá tempo para ser o que se quer e o que se espera que se seja.
E se houver e se não.
Quando for muito tarde ou muito cedo...  Entre o fim o começo e o meio disso tudo
Haverá tempo para penser e analisar o certo e o errado ou poderia eu andar nas duas estradas ao mesmo tempo?



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Anda tudo meio embassado e preto e branco nos últimos dias, meus olhos se assustaram com a nova tonalidade. Mas também devo reconhecer que esse ar monocromático de algum modo me agrada, acalma meu olhar. E que o embassado que me faz pouco ver e quase nada distinguir me emociona pela ânsia do desconhecido.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012


 O grande ditator ... o Grande dita a dor ...  a dor que cria e alimenta nos outros, a dor que move o mundo, a dor de pele a dor de alma
mas O grande não  dita a dor que sente e cresce ... não dita em si



Uma serie de fatores e pessoas te arrastarão a certas condutas, certos trajes, certos livros e certas musicas.
Imposições em prazos determinados...DECADENCIAIS, não para ti, mas para os outros que acreditarão que eres menos ao ponto de as vezes também te fazer crer que esse relógio que eles enxergam deve ser o mesmo que o teu.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Eu nao disse nada sobre amor. Nem sobre eternidade.
Muito menos sobre coragem, maos dadas e seguir em frente.
Eu nao disse nada sobre saudade, sobre querer que nao tenha fim.
Eu nao disse nada sobre medo, medo de partir, de despedir ou de perder.
Eu nao disse que teria coragem de dar as maos sabendo que teria que solta-las
em algum momento que nao saberia quando, por um motivo alheio a minha vontade.
Eu nao disse nada sobre angustia, por nao saber quando, ou se, as maos estariam juntas algum dia novamente.
 Mas nao foi preciso dizer que queria tudo isso ou talvez tenha dito de uma forma ou de outra que nao queria pontos mas virgulas para respirar de vez em quando, virgulas para entender o que dizia mesmo sem dizer o que queria mesmo sem querer, virgulas para saber esperar e valorizar as maos dadas e os passos lado a lado.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Deve-se começar de algum ponto, as vezes o principio não seria exatamente o começo pois  algumas vezes tudo surge depois de incontáveis olhares, cumprimentos, sorrisos e conversas. O principio nesse caso  baseia-se no inesperado, num contato mais próximo que o normal, que faz com que a energia entre os corpos flua um para o outro como nunca havia ocorrido em todos os encontros anteriores. Essa energia altera a percepção do tempo e dos atos que sincronizam-se  a favor da junção dos corpos que não se sabe bem a que tempo começaram a desejar-se e muito menos o porque.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quando todas as roupas do guarda-roupas tiverem sido usadas, quando descobrir a preferida
Quando aprender as expressoes corporais, as frases chavões e até adotar algumas delas.
Quando aprender os ondes , os quandos e os porquês...
Surgira então um sentimento novo... Não mais aquele curioso, faminto e ansioso... mas agora um aconchego... um sossego e  "barriga cheia".
  Um sentimento pelo conhecido, pelo previsível, por saber o bem que existe em todos os atos e palavras divididos na rotina por ter e ser um pouco ele e ele ser e ter um pouco você.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Se vincular  certas expectativas na crença que se possam ler teus pensamentos e concretiza-los por sí só é um erro. 
 Nada além de você mesmo deve ser o responsável em cria-las, alimenta-las e sacia-las. Que seja correndo atrás ou convencendo que o façam por você, mas deve haver algum esforço, um suor, nem que seja mental ou espiritual que signifique alguma especie de dedicação para conseguir concretizar a ânsia. Pois quem pouco anda pra chegar até a fonte não sente tanta sede quanto aquele que percorreu meia duzia de quilômetros.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Quando se acalmarão as ânsias que torturam o ser, ainda quantas lagrimas inundaram o rosto pelo futuro incerto, pela curiosidade de saber o que haverá nas próximas paginas do livro da vida. Quanta sabedoria falta em si para entender, respirar e esperar
...
Sem nó na garganta, coração acelerado e olhos inundados.

domingo, 3 de junho de 2012

Sobre introspecção e desenvolvimento do sentir...
Que não me venham com discursos sobre cautela e exemplos mal sucedidos de magoas...Isso mais me parece um pessimismo comodo de quem tem medo de entregar-se não só ao amor como a qualquer especie de sentimento que habite o peito, por quem quer que seja. Brilho nos olhos perdido com o tempo, sentimentos nati-mortos, já concebidos, sem espaço, alimento ou ar.. Alma amarga, cemitério do sentir
. Quanta pena tenho desses condenados que se privam da beleza e da intensidade dos sentimentos que alteram a percepção do tempo e do espaço. O sentir é o ópio da vida, a imensidão de sensações ... Viciantes. Alquimia entre almas errantes  nesse mundo de angustia .
 Nós Sobreviveremos.
 Porque não permitir-se?
Brotando na nascente.
 Divesidade imensa, intensa, aqui mergulho... de olhos abertos, para entender tudo por dentro, sem medo de profundidade ou qualquer falta de ar. Aqui tudo tem novo tom e velocidade própria...Não sei eleger se bom ou ruim.. mas sim diferente e surpreendente. Não por ser avesso, mas por ser o que queria encontrar e já não buscava por falta de fé.

terça-feira, 22 de maio de 2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Alma nua

Não existem olhos fechados para nudez da alma, não há maquiagem, nem mascara que perdure para sempre. E a timidez da alma que não pode se tapar ,ruborizada, ali exposta para ser julgada, admirada e rotulada  como bela ou não.
 Que padrões definem beleza de alma? Se é que o critério é esse..
Se alma não tem cor, nem cheiro e nem sabor. Como qualifica-la, admira-la, vê-la.
Esqueça ...
Não há critério algum.

domingo, 6 de maio de 2012

Volta a mente a ideia de partir novamente. O desespero, a angustia e a insuficiencia multipla de espaço, som e pessoas. Resurge a fobia da bolha em que vivo, como se já não me coubesse, a muito tempo e de tempo em tempo eu lembro e esqueço disso. Por vezes me satisfaço com ópio, para me aliviar ansia, a dor e me trazer a face algum sorriso que costumam dizer que é bonito.
Busco constantemente desligar  meus pensamentos que correm freneticos e meu debil corpo não pode alcançar. As pesssoas me olham , elas esperam tanto de mim, alguma coisa semelhante a um futuro brilhante, potencial ... Será? Que faz continuar... A esperança alheia. Estou sem ar. Busco minhas armas, preciso rasgar a bolha ou pintala de negro para não ver o belo existente la fora, a asfixia é causada tão somente pela ansia de respirar o ar de  fora. Como será?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

 A principio pensei que tivesse algo a ver com formulas pré moldadas e comportamentos específicos. Equivoco. Percebi que a coisa está muito além disso, notei também a imensa quantidade de variáveis existente na gênese desse sentimento chamado amor. Desisti dos planos tolos e infantis de planejar passos, atos e palavras percebi como tudo isso era vão. Entendi alguma coisa sobre tempo e sobre um tal pulsar involuntário que seria talvez umas das determinantes do tal amor. Pesquisei um pouco mais sobre tato, olfato e paladar ...Vejo com clareza o quão importante são e também  o quanto a ausência deles é igualmente fundamental para que se note o sentir já existente. Por fim cheguei numa conclusão vaga e tão repleta de duvidas como quando não tinha conclusão alguma, a incógnita e o tal amor me parece mais agora um bichinho caprichoso que só faz o que bem quer e quando quer.. Há quem tranque as portas e ele pula a janela e há quem abra os braços para ele e seja absolutamente ignorado. Bicho amor, me dê a mão?
A pior e a melhor coisa das relações humanas, sejam elas familiares ou não,esta na falta de eternidade delas. Para que vc sofra de saudade e ao mesmo tempo possa compreender o valor e a intensidade que está em cada momento. O para sempre é comodo e gera desperdício de tempo e sentimento. É exatamente a falta do pra sempre e a dúvida do quando que faz de tudo mais interessante e que posteriormente será mais valorizado que agora. Como uma espécie de juros ao mês, classificado pelo tamanho da saudade que se sente.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Eis que surge alguém a bater a empoeirada porta do coração. As borboletas dançantes no estomago a cada prenuncio de encontro alimentam a ansiedade. Quase cômico dizer que na verdade não surgiu, mas sempre esteve... tão próximo e agradável, a familiaridade talvez tenha me cegado por uns dias, perdida no tempo de conhecer tua essência, perdi-me dias e noites por não perder-me nela. Que alegria te ter em minha porta agora, tú que tantas vezes caminhou por minhas ruas, enquanto eu te cumprimentava da janela. Foste mais corajoso que eu, ultrapassaste a curiosidade comoda de saber mais que em ambos habitava. Vieste tu ,numa dessas tardes comuns, de sorriso estampado visitar-me. Inegável e doce surpresa fez o coração acelerar. Vês que na face agora moram sorrisos diferentes.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Trata-se de quem tem mais força, ou de quem sabe parecer tê-la?
Sensações guardadas... sentimentos! Simulações convenientes.
Rotina, puro habito, essa roupa que vestes todo dia, sempre as mesmas cores, garantia
que tudo corra como o esperado. Simulação diaria ... conexão dos atos que levam a resultados relatados no manual ... Robos programados para ser exatamente o que se espera. É que o cara da camisa nem parece com você, nem o do livro, a tal biografia que te mandaram seguir, ler e reescrever.

domingo, 18 de março de 2012

Almas afins se entrelaçam... é como se houvessem imãs, essa força pulsante e brutal que não os conduz e sim arrasta quase que a força um para o outro. Almas afins se pertencem e se encaixam, pelo tato,saliva ou brilho nos olhos. Almas afins andam uma para outra num compasso diferente do relógio, os laços brincam com os ponteiros indo e voltando, eles dançam a sua volta, deixando as almas temerosas pela solidão, pelo não funcionamento e até pela inexistência de afinidade qualquer com alma alguma perdida no universo. Há que se ter paciência, deixar que os laços brinquem em encostar em almas não afins. Temos que saber dançar, nesse compasso louco e de ritmo próprio ao redor do relógio que a olho nú não se pode ver, a dança dará a energia necessária o magnetismo para tracionar ou a força para aguentar ser arrastada na direção da alma que nos pertence que às vezes anda em caminhos distintos... em outros laços e relógios.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Nesses olhares inquietos que tem se cruzado,esboços de sorrisos, constrangidos pelo sentimento que se intimida por nós mesmos. Ansia, medo e desejo tudo pelo incerto que brota,regado a pensamentos velados e raros encontros. Que faremos, que será de nós... Queremos o inesperado com sua arritmia e rubor. Fuga lenta na direção oposta, tentativa inútil de escapar do sentir. Faz-nos rir ó sentimento sem nome, faz-nos pulsar e querer ...até enfim te batizar.

domingo, 11 de março de 2012

A espera da plenitude é o atraso da felicidade.
Converteu-se em poesia para meus dias. Minha rotina musicada. Tudo era verso, cantado e suave ao pé do ouvido. Que rimassem ou não, que importava(?), a beleza era tanta e toda que já não importava métrica ou ritmo algum.

quinta-feira, 1 de março de 2012

É só desassossego da alma, que transpira emoção e nunca dorme, muito menos desperta para ser. Confunde-se com tanta humanidade,quer ser matéria para ser tocada de uma forma diferente e não pela luz de sempre, quer tato, entrelaço e calor de abraço. Acenda a luz.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

São angústias constantes, há de haver solução. Mal insanavel ou o que, mas que nada, será(?) houveram pois tantas outrAs que passaram que ha pois que nao passa(?)

Quiero volver ahora que se acabo la oscuridad. Pero ...
Mis alas estan rotas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O mundo é movido por interesses e conveniências.Os sentimentos acontecem enquanto você se distrai medindo-os.
Só faz um dia é muito pouco para esquecer Só faz uma semana só faz um mês ... Só faz um ano .. é muito MUITO para lembrar.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

SismÓgrafia

Temos sismógrafos para prever tudo. Temos formulas de sucesso.Temos livros dizendo o que, quando, como e onde tudo deve ser.

Oscilações de energia, caiu a rede.... E AGORA... o que eu faço com essa carta de alforria ?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Essa chuva que não cessa, não me deixar fechar os buracos,
é tanto vento é tanta agua que escorre por aqui,preciso de algum material
que cole instantaneamente,ou que seja impermeável. Preciso procurar algo melhor.
A busca requer tempo.
E se me questionarem pelo desleixo, esses buracos abertos, e se me julgarem que direi?
Preciso esperar a chuva e o vento passar.
Eu só prefiro contar de outro modo
o tempo e a historia.
Fazer dos meus minutos dias e dos dias um par de horas.
Eu só prefiro ter outro conceito para fazer com que até da dor escrita na minha historia algo bom
e belo a seu modo.
Só quero ter direito de trocar as lentes de vez em quando para ampliar ou diminuir o que me for conveniente.
Apenas poder tocar nos ponteiros desse relogio que é meu, para parar, voltar e adiantar o tempo.

No meu ritmo.

Quero ler o livro de trás pra frente, ler o mesmo verso duas ou três vezes. Quero perder-me numa palavra. Quero lembrar o começo... Quero saber o final e ser sempre o meio.
No meu ritmo.
Na minha história.
No tempo MEU!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Que o bicho tempo me ame,como um cachorro de estimação que abana rabo quando o dono chega...
Que o bicho tempo mantenha pureza nos atos, inocência animal.
Que eu o reconheça quando ele crescer e mudar.
Que eu tenha paciência quando ele vier e pular em mim como um louco, sujando minhas roupas e me fazendo cair e que entenda quando chamar e ele simplesmente não quiser vir até mim.
Que eu saiba acalmar o bicho tempo,domestica-lo, alimenta-lo.
Que o bicho tempo entenda que é meu bicho e não eu o bicho dele.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Ninguém jamais será o que se espera que seja, considerando todos os desejos, esperanças de cada um em qualquer tempo. Expectativas são covardes e traidoras para os que esperam e para os que são esperados.
Por bem não nos concederam ler mentes, seria mais complicado ainda adequar-se as ânsias de cada ser a cada tempo. Por bem nos fizeram esperar e não ter, para permitir que as pessoas pudessem ser o que são e que nos adaptássemos e aprendêssemos a querer e desejar o que não estava nos planos. Permitindo que o oposto, o inesperado, pudesse ser bom, ruim, belo e feio, simultaneamente. Expectativas frustram e inibem a diversidade, reduzem o belo e bom, fazem de tudo provavel. A ansia molda alguem perfeito cegando as demais vertentes.
A expectativa é uma prisão, a qual nos prendemos e jogamos a chave fora. A janela tão pequena limita nossa visão e a entrada da luz. Limitamos a felicidade ao obvio plano traçado, guardando sorrisos para um dado momento que não se sabe quando chegará.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Quando eu parar de ir até a esquina para ver-te chegar. Quando os olhos não brilharem mais na tua presença e nem teu cheiro causar emoção, deixará de ser o que era, a esquina será abandonada enfim mas agora sem lagrimas umedecendo todo o caminho.
O tempo desfez a ânsia e o desejo... já não eres senhor do meu coração,seria prudente avisar-te pensei, ledo engano, foste mais rápido do que eu...

havia outra senhora, outro coração e outra esquina.
só não consigo entender essa arte do desapego e da falta de interesse.
Não faz sentido, não tem qualquer utilidade. Porque desapegar se o apego é tão bom.
Que pulsar é mais contente do que o daquele que é abraçado e beijado com amor?
Num mundo onde expor sentimentos significa fraqueza, por hora  desejo uma redoma de vidro, para que os sentimentos que de mim saiam, não atinjam ninguem... porque esses raios de amor poderão ser imediatamente repelidos, há quem tenha aversão por eles.
Meu peito tem doído, bem la no fundo, uma dor aguda que não saberia explicar com clareza. Só sei que é resultado de um vazio. Sei que meu coração sente fome, pois não se alimenta há um bom tempo, anda subnutrido. Quanto aos olhos ... estes andam brotando agua como minas.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Parou a vida, para olhar o amor, sentou, admirou e temeu o amor no mesmo instante.
O amor hora alguma parou para ser admirado, olhou-se no espelho, sorriu ou fez gracejos para demonstrar simpatia.
Continuou sendo amor como era e não deixará de ser.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Pra que serve um rosto conservado e sem rugas se vc não tem historias pra contar...
Prefiro as queimaduras de sol, as olheiras e os arranhões se eles me renderem emoções suficientes.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Hospede do meu coração, não sei com que chave entraste aqui, que eu saiba não foste até a recepção, não reservaste  data nem local com antecedência. Não me lembro ao menos de ter deixado chaves debaixo do capacho velho da porta da frente. Deparei-me contigo aqui em um dia qualquer, uma daquelas faxinas de domingo, andava numa ocupação  que nem percebi o novo habitante, não lhe preparei uma boa recepção, aconchego e sorriso, mas quando o ví, pareceu-me sentir-se em casa como nem eu me sentia.
 Hospede meu me ouça, me atenda, obedeça, não bagunce a casa, a confusão me faz perder o eixo  e o rumo, não permaneça muito tempo parado, limpe a casa, essa poeira toda ressucita a minha alergia a monotonia.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Gostaria de uma forma estranha, até mesmo para mim, agradecer por me poupar do amor, não que deixe de sê-lo assim abruptamente, mas hoje após transpirar  e respirar inumeras vezes noto que de veras não estava preparada para senti-lo. Não ainda.
 Julguei-te egoísta quando na verdade o egoismo habitava em mim que não enxergava nada além do que  desejava  a minha frente, olvidei-me de todo o demais, não medi, a racionalidade havia partido já a algum tempo.  A depender de mim atropelaria tudo, tomando um ou outro analgésico para aliviar as dores dos ferimentos. Você sabiamente soube me poupar de cicatrizes, as quais  me lamentaria futuramente.
 Perdoe-me por ver-te com meus olhos de paixão imediatistas e incompreensivos, faltou-me tanta coisa que a ânsia não me permitiu ver.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Você crê mesmo que coragem é cultivar desapego?
 Coragem para mim  é se apegar, abrir o coração.  Coragem é se aventurar nas estradas confusas do amor, que é cheio de caprichos, sem mapa. Dar a cara a tapa, conviver com alguém diferente de você e fazer com que isso seja bom. Coragem é engolir o orgulho assumir o erro e pedir perdão. É assumir atos e sentimentos. Desapego é covardia, desapego nada mais é do que medo do imprevisível. A solidão é fácil, conviver consigo mesmo, o alguem que você já conhece os atos e os mistérios mais ocultos.
 O apego é difícil, as vezes dói, as vezes te trás lagrimas... mas aquela  arritmia cardíaca vale todas as possíveis penas.
Alma de Babel ...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Não se inventa sentimento, ele ja existe, deve-se conquista-lo para que ele te proporcione uma estadia feliz enquanto você em sua casa morar...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Andei cheia de precipitações até a tampa. Cobrindo feridas para ignora-las despreocupada com a cura. Nos caminhos ruins tropecei  e surgiram novas feridas. Mais do mesmo, a ânsia pela resolução constrói uma sequencia de erros.
Tudo é angustia, medo e imperfeição.
 Todos os atos falhos tornam-se tão evidentes depois de um tempo que é difícil crer que algo assim tenha sido feito pelas próprias mãos.
 O tempo todo dispensado, outrora tido até como investimento, parece-me vão, todos os minutos somados a lagrimas, insonias e dores de estomago. Como apegar-se a algo tão irreal, como substituir algo que não se sabe o que é. Creio que tu enchergava com os olhos e eu te via com uma lupa tamanho foi o espaço que guardei para tí em mim, que quase me desocupei por completo.
 Insensato seria culpar-te pelo intento de substituir-me, pois nunca tive lugar em ti. O teu, eu inventei, afastei tudo para que coubesse, inventei espaço, que agora é vago, ou sempre foi..
Trace planos com  tripulantes substituiveis, o barco é seu, você deve saber hastear as velas e manter firme o leme quando a tempestade revoltar o mar que te rodeia.

domingo, 8 de janeiro de 2012

A venus segue amando agora mesmo sem braços para envolve-lo. Perdeu-se deles no furor da vida, mas isso não fez da venus menos amor. É como se o resto do corpo fosse todo braços e abraços envolventes para que o amor não deixasse de ser por mais improvável que fosse.

sábado, 7 de janeiro de 2012

 Os corpos que atreveram-se  entre cobertas na escuridão, na claridade se estranham. Se conheceram por mãos e desejo cego, não por olhos, estes que fogem do corpo alheio recusando-se a crer que outrora  saliva, suor e tato coabitaram o alheio estranho corpo.
 A naturalidade com que as roupas foram tiradas e jogadas para cada canto incerto do quarto, a facilidade das unhas entrando na pele e dos dedos perdidos em cabelos, para onde foi  toda a intimidade quando tudo clareou. Permaneceria melhor cegamente lado a lado em olhos fechados guiados por tatos e odores que lhe trouxeram felicidade e mais, prazer.
Que a visão turvou toda a intimidade existente entre eles, ruborizou suas faces e o orgulhoso prazer sussurrado ao pé do ouvido tornou-se constrangimento.  Que há de errado nisso, os olhos nunca se pronunciam a respeito, sempre se escondem atrás de pálpebras obedientes.
 O tempo dos olhos deve ser diferente do restante do corpo, o tato o olfato e o paladar são mais adaptáveis, por isso tantas coisas de olhos fechados, a visão seria talvez a pior forma de ver.