Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.Sê plural como o universo! Fernando Pessoa.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sensações desagradaveis habitam o peito.
 Uma saudade constante e insistente de algo que se quer vivi
Um remorço pelo que não é culpa minha.
 E uma ansiedade por algo que não compete a mim decidir.
 Sensações desagradaveis habitam  o olhar que torna-se vazio pois  só pode ser preenchido por  algo que está   fora do alcance.
Olhar inundado. A saudade nada nos olhos de braçadas largas fazendo derramar agua para fora das bordas.
 Insensatez do coração,imaturo pela idade ou pela falta de experiencia
 que faz desejar com tanta força os laços que não podem se amarrar aos seus.
 O maior erro é crer que amor é como um investimento onde você deposita dedicação, beijos, abraços, palavras doces.. e espera q tudo isso renda e venha em dobro,
um lucro sentimental.
 Amor não é sentimento para se investir...é uma ONG e não uma multinacional.
amor é doação e as vezes quem recebe não é muito educado..
não espere troco, nem muito obrigado...

domingo, 30 de outubro de 2011

Peço para repetir, não muitas, apenas uma vez. Quero imprimir em minha mente cada detalhe. Refrescar as lembranças, renova-las, fazer do ano passado apenas um ontem... dos largos dias, apenas um.
 Pedir um conforto das lembranças, que voltem a ser leves, porque agora mais parecem pedras cada vez mais pesadas e dificeis de carregar
... quero transforma-las novamente em plumas, para sopra-las e rir de sua dança em meu ar.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você ...
mas as vezes é mais facil
escolher o caminho mais dificil...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

 Queria mesmo consultar as cartas de tarô.. Para  acreditar nas previsões no futuro que me são convenientes para acalmar a ânsia que aqui habita.
Quero só as partes boas, onde dizem que o amor está próximo, que te admira a distancia, que a felicidade se aproxima. Que fale um pouco  sobre invejosos para eu sentir que minha vida é boa para ser desejada por outros.
 Não me venha com essa de livre arbítrio. Vou acreditar nele também quando for conveniente, quando as cartas falarem que vou ser mal sucedida e que jamais serei feliz no amor. Vou rir e dizer que tudo não passa de uma farsa, que destino que nada, eu escolho a estrada, encontro o amor e defino o  futuro.
 O correto é não insistir, deixar respirar, inspirar, pensar melhor. Mas a ânsia é tanta que toda espera perece e é substituida pela sensação de  perca de tempo.
A construção da decisão demorar demais para quem espera.
Não se sabe se a inercia de quem espera influi para uma conclusão favorável.
Se a distancia  pode ser considerada como falta de interesse e se a insistência pode ser  sufocante e invasiva.
Busca-se um meio termo, hora se pende para o lado hora para o outro, as colheres de açúcar devem ser medidas, não se pode ser doce demais muito menos amargo.
Nesse meio tempo, procura-se ler todo e qualquer gesto... a expressão incógnita do olhar, o sorriso conveniente ou receptivo e se a visão dos atos não está sendo corrompida pelos sentimentos.. hora pelo amor, hora pela ansiedade.

Se o esperar da decisão deve ser  comodo  sentado num sofá buscando a melhor posição ou se não se deve parar e enquanto se espera se age em outra direção construindo um mundo onde aquela decisão não seja a pilastra principal que sustenta  o seu tudo.
 Perdeu a noção do tempo que estava ali. Nem queria saber.
 Hoje era o dia oficial sem relógio, o único compromisso marcado na agenda era consigo mesma. Escolher qual caneca da coleção tomaria seu café preto.
 Entre as colheradas de café e açúcar lebrava da sua infância , de servir café para o seu avô e no intervalo de cada gole divagava sobre como era importante para uma mulher saber fazer um bom café e definiu pelo sabor do café que ela já poderia se casar, no auge dos seus quatorze anos. Ela sorria e agradecia, mal sabia naquela idade que precisaria muito mais que um bom café para ter um bom relacionamento.  O seu avô também sabia mas esse não é o tipo de coisa que se diz a uma menina, uma coisa de cada vez, primeiro o café.
Sentou na mesa literalmente, com os pés na cadeira, lembrou-se da mãe que sempre raiava quando se sentava assim, agora já não tinha problema, morava sozinha, mas quase desistiu daquela posição só de lembrar os gritos da mãe quando a encontrava fazendo isso,sorriu,serviu-se na sua caneca preferida e segurou-a com as duas mãos na tentativa inútil de aquecer-se,enquanto bebia olhava pela janela o céu, ele estava com uma cor amarelada, pois chovia e fazia sol ao mesmo tempo.. era o casamento da raposa.  Nem lembrava quem lhe havia dito isso na infância mas sempre que isso acontecia era a primeira coisa que lhe vinha a mente. Certas coisas nunca saem da mente não importa mesmo quanto tempo passe,deveria ter alguma utilidade, alimentar a imaginação faz bem, todas as vezes de chuva e sol saia pelo jardim procurando raposas se casando, nem sabia como era uma raposa, mas sabia como era um casamento, seria fácil, mas nunca viu.
 O sol se pôs e a chuva adentrou a noite, o vento estava forte suas cortinas balançavam, entrava água no apartamento, algumas gotas chegavam até seu rosto. O café acabou. O frio aumentou. O céu escureceu, ela particularmente achava o céu mais bonito a noite, gostava do azul da beleza das nuvens brancas, mas gostava muito mais do mistério do céu negro e imaginar tudo que nele estava contido, as nuvens que ainda estavam lá só que agora invisíveis, as estrelas que formavam desenhos interessantes. Não sabia nada de astronomia, mas estava na sua lista de coisas para aprender antes de morrer. Como tantas outras coisas: Falar francês, dar a volta ao mundo, ter sucesso na carreira, tocar piano, violão. E quando era criança estava na lista de metas ler o dicionario inteiro, porque queria saber todas as palavras e como utiliza-las, riscou da lista quando chegou a letra O, achou suficiente, estava cansada de tantas palavras parou na maior palavra que tinha visto e na que achou mais difícil, otorrinolaringologista, demorou dias para aprender a falar corretamente e bem rápido e então quando a brincadeira era trava-línguas , e todos vinham com o tal " trés tigres comiam trigo..." ela dizia otorrinolaringologista e as crianças perdiam, ninguém conseguia falar e ela achava incrível, ensinou seu irmão também, ele deveria saber como falar a maior palavra de todas e o que ela significava.  Fechou a janela, o tapete estava úmido as cortinas também.
 Da sala escutou o celular tocar e pela musica, era ele. No mundo de hoje quando alguém é importante tem um toque no celular só para ele, ela escolheu a sua musica preferida porque ele também era o preferido. Mas por hoje odiava a musica tanto quanto ele. Não iria atender.
Seu estomago falou algo parecido com  estou com fome, lembrou que não havia comido nada o dia inteiro, mas o desejo de comer não estava nela, sempre comeu muito mais pelo  desejo que pela necessidade física de alimentar-se, para justificar isso estavam as calças apertadas do guarda-roupas.  A musica de novo e a dor de estomago, dessa vez de ansiedade, não atender, não atender, não atender....
 Caminhou pela sala em direção aos CD´s, procurou uma musica suave colocou para tocar. Mas aquilo não seria o suficiente para acalma-la, foi em direção ao quarto e na gaveta encontrou a carteira de cigarros abandonada junto ao esqueiro e deparou-se com o anel, que não queria ver, lembrou que aquela era a gaveta das coisas que queria abandonar, lembrou que disse que não ia abri-la por um bom tempo. Só hoje, era uma emergência  O anel brilhou no fundo da gaveta ela o pegou e levou-o até a sala, enquanto acendia o cigarro, olhava o anel e para a marca branca que ele havia deixado em sua mão direita. Assim era tão mais difícil  esquecer. Um turbilhão de lembranças vieram a sua mente num instante e a certeza de outrora fora imediatamente substituída pela duvida. Pensou em tantas outras coisas  antes para não voltar aquilo de novo.
Era ultimo cigarro desde os quatro anteriores. Porque era o ultimo dia ...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

 A casa que sempre visitei para rir hoje visitei para chorar.
 O riso estava lá, ao redor de velas em uma bela roupa branca.
 O riso estava de olhos fechados e adormecido. Não pude acorda-lo, só pude lamentar
o seu sono com lagrimas que lavaram minha face nessa tarde.
Cada canto daquela casa me trazia recordações, histórias que não vivi mas que ele me contou e eu pude
de mãos dadas com o riso ir até lá ver e ser um pouco dela. Ele tinha esse dom.
 Ele andava cansado, adoentado mas se a pergunta era como ele estava ele sempre dizia que estava bem.
 É como o riso deve estar. Ele sabia ser o que era da melhor maneira.
Limpei a face e sorri discretamente porque ví que mesmo ali dormindo ele ainda ria, porque ele não era... ele é o riso.. e nunca deixará de ser, mesmo agora dormindo para sempre.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Quando amor fizer morada em seus olhos... Todo o conceito de beleza será mudado.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Teremos mais em comum que alguns filmes, musicas e livros
Teremos algo incomum.. chamado amor.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Com quem você se confessa?
Há quem diga que são sinos, brilho nos olhos, um click, arritmia cardiaca.
Eu digo que é o cheiro. O cheiro do alguém que empreguina em você, q está em cada particula de ar, que grudou na roupa. O cheiro que não sai nem com todo o sabonete do mundo. O cheiro da felicidade, do instante, do amor... que se torna o cheiro da saudade quando vai para longe.
 O cheiro que faz rir  e lembrar dos momentos... é ele que acelera o pulso.
É o cheiro que faz você saber, num suspiro, que é ELE!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

sinto os cacos no chão, vou pisando nos pedaços, pedaços de "eu". Ando mesmo em cacos, mil pedaços dele e me ferindo em mim mesma, comigo mesma. A estrutura não aguentou, trincaram algumas partes, anda sendo cada vez mais difícil blindar-se  de tudo, porque esse blindar também te protege da parte boa que há em tudo. Talvez o certo seja esse, trincar e quebrar de vez em quando e depois colar cada peça de volta no lugar.  E as cicatrizes depois serão historia e toda a dor será esquecida...